Eustaquio Maia

Idade: 71 Registrado: 12/05/05 Mensagens: 391 Localização: Belo Horizonte
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O Paradoxo
Quem pôde jamais dizer-me
com certeza donde vim,
se sou simplesmente um verme,
ou se Deus está em mim?
Mistério! a vida eu a sinto
como um fluido incandescente
nas veias; porém não minto
dizendo que a acho excelente...
Mata-me o tédio do mundo
e nisto encontro prazer
Como Hamlet meditabundo,
agito o “ser e não ser”.
Sou uma antítese viva,
talvez um sonho do caos,
extrato que Javé ou Shiva
fez dos gênios bons e maus.
Contrastes me não surpreendem:
fascina-me o Bem; o Mal
tem atrações que me prendem
dentro de um fosso fatal.
A metafísica nunca
fez coisas tão encontradas:
sou rico, e habito a espelunca,
choro, dando gargalhadas.
Às vezes, até duvido
se sou, e me palpo então,
e no vivo peito ardido
sinto da Morte a canção.
É que ardem no paraíso
infernos, engana o amor,
o lábio mente e o sorriso
é uma paródia da dor.
NOTA:
[1] “O Grande Paradoxo”, texto de HPB publicado pela primeira vez em 1887. Traduzido de “Collected Writings of H.P. Blavatsky”, TPH, India/USA, volume VIII, pp. 125-129. Título original: “The Great Paradox”. O artigo pode ser encontrado na seção “Helena Blavatsky” de www.filosofiaesoterica.com.
Fonte:
O Paradoxo - Augusto de Lima _________________ "In a time of universal deceit, telling the truth is a revolutionary act." George Orwell
Eustáquio Maia |
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