t. h. abrahao
Fundador PN

Idade: 37 Registrado: 22/01/05 Mensagens: 574 Localização: são josé do rio preto - sp
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8 — Nada é mais perigoso que um objeto de desejo contrário à essência da vida. A conclusão niilista (a crença no não-valor) conseqüência da avaliação moral: — perdemos o gosto do egoísmo (embora reconheçamos que não existe ato não-egoísta); perdemos o gosto da necessidade (embora reconheçamos a impossibilidade do livre-arbítrio e da "liberdade inteligível"). Compreendemos que não alcançamos a esfera onde colocamos os nosso valores — mas, por este fato, a outra esfera, aquela onde vivemos, nada ganhou em valor: ao contrário, estamos fatigados, porque perdemos nosso estímulo principal. "Em vão, até agora!"
9 — O niilismo radical é a convicção da absoluta insustentabilidade da existência, quando se refere aos valores superiores que se aceitam; acrescente-se ainda o sabermos que não temos o menor direito de fixar um além ou um "em-si" das coisas.
Esse conhecimento é a continuação do "espírito verídico" que se desenvolveu em nós: é também a conseqüência da fé na moral. — Eis aqui a antinomia: enquanto cremos na moral, condenamos a existência.
— A lógica do pessimismo levada até os limites extremos do niilismo: qual é o princípio ativo? — noção da falta de valor, da falta de sentido: de que maneira as escalas de valores morais se encontram atrás de todos os outros valores superiores.
Resultado as escalas de valores morais são condenações, negações; a moral afasta da vontade de viver...
Problema: mas que é a moral?
NIETZSCHE, Friedrich W. Vontade de Potência. Aforismos 8 e 9. |
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