Jefferson dos Santos
Idade: 35 Registrado: 26/10/05 Mensagens: 22 Localização: Campos do Jordão
|
|
É costume a maioria das pessoas afirmarem que a filosofia não serve para nada, que é uma “ciência” com qual e sem qual se continua tal. Mas todos que estudaram filosofia até hoje sabem que das maiores dificuldades de um filosofo ou de uma linha filosófica é definir o que é a filosofia. Muitos tentaram definir o que é ela, este caminhar com o saber: alguns disseram que ela era única condição de possibilidade de se adequar à realidade verdadeira, disseram que era a ciência das ciências, outros identificaram-na com deus, o bem supremo. Os modernos reduziram seu campo de habitação, com a teoria do conhecimento, chegando até Kant que afirma que sobre deus, homem e mundo não se pode dizer nada, e apenas só é dito e esses ditos servem apenas para o campo moral, elas são verdades apodíticas da razão. È o mesmo que dizer: não posso afirmar o que, mas preciso de um conceito para estabelecer certos padrões. Enfim, entre os contemporâneos ou os pós-modernos, alguns afirmam que a filosofia morreu, afirmaram a supremacia das ciências sobre a filosofia, são tantas afirmações cada um ressalta o que esta mais claro nas suas visões de mundo ou seus horizontes de entendimento. As conclusões são em muitas vezes até contrarias sobre o mesmo, sobre a filosofia. Outro fator que se mostra nos dias de hoje é que ao estudar filosofia as pessoas ficam presas apenas nos clássicos, e fazem apenas historia da filosofia, não que não tenha sua importância, mas esquecem de fazer filosofia. Fazer filosofia é um outro grande “paradigma”, pois pensar a realidade não é ser apenas um critico o chamado do contra, o de esquerda. O pensar reflexivo sobre a realidade, a razão, o senso critico, todos estes chavões são desprovidos de sentido, dizer isso é afirmar algo que não está no mesmo campo da afirmação. São ditos apenas para maquiar o que ali há na verdade. Pensar a realidade, é sistematizar o que ali existe, é buscar os sintomas que ali estão explícitos e implícitos. Isso exige o esforço da atenção e das categorias da percepção. Esta é apenas uma forma de acontecer da filosofia, devem existir inúmeras. Heidegger afirma no primeiro capitulo da introdução a metafísica que a filosofia sempre existirá, por que o ser humano ocidental é feito com e a partir da filosofia, tem a necessidade de questionar, assim como tem a necessidade de seu ser-o-aí, embora este esteja oculto por “n” motivos que aqui não cabe explanar. Ele afirma que a filosofia adormeceu, pois o que é importante hoje (séculoxx) é o mundo da técnica, e o pensar o se dedicar a algo em longo prazo é deixado de lado. Esta denuncia não anula a importância da técnica, mas demonstra os seus riscos enquanto fundamento para o ser humano e suas ações. A técnica não é capaz de explicar suas relações com o homem. Nietzsche já denunciava em sua época que hoje ninguém lê um livro para aprender, ninguém se senta frente um livro e quer entender o que ali está exposto, mas as pessoas só realizam esta ação quando precisa fazer algum trabalho, alguma resenha. Acredito que este seja um dos motivos pelo qual Heidegger afirma o descanso desenfreado do ato de filosofar.
“São os tempos de grande perigo em que aparecem os filósofos. Então, quando a roda rola com sempre mais rapidez, eles e a arte tomam o lugar dos mitos em extinção. Mas projeta-se muito à frente, pois só muito devagar a atenção dos contemporâneos para eles se volta. Um povo consciente de seus perigos gera um gênio”. _________________ O que se pode dizer pode ser dito claramente; e aquilo de que não se pode falar tem de ficar no silêncio. |
|