Uma vez um garoto
Por teimosia duvidou
E foi a fundo a provar
A vacuidade humana
De todos ignorada
O forte e o fraco
O nobre e o baixo
O certo e o errado
O verdadeiro e o falso
Nada passou ao largo
É tudo cambiante – humano
É tudo impreciso – científico
É tudo ridículo – ritualístico
É tudo falso: o veredicto
Até sua razão deu às pernas
Quando deu consigo mesma
E assim fui ter comigo mesmo
Sem medo, sem medida
Sem valor e sem juízo
Assim tendo tornei-me claro
A vacuidade humana
Que buscava
Espere garoto, não parta triste
Esta vida não o merece
– disse-me a loucura –
Depois de lutar ao lado da verdade
Teve de matá-la pela liberdade
Se desejava ser verdadeiro
O foi por completo
Perdeu a razão
Tentando sê-lo
E pulou fora deste erro
Mesmo que para o abismo |